10/07/2012

Balada de celular em combinação com o sol


às gargalhadas

Vou dizer sem os quartos e as horas
quando vens
até minto que há balas de menta
para que o silêncio não saia abalado
e sem remendo e
a fogueira de gelo seco nos lábios
faça cara de cereja
ao invés de dizer os acordes
quando é hora de inventar lençóis
nossas roupas estão
entre os dentes  
há icebergs
mas quando vens
palavra nenhuma se faz
de palavra nenhuma
todas querem dar língua
a sua
o nariz que eu saio
em espirro
vou longe assim sem voltar
de uma gripe
remendada de cura nenhuma
das dores que finjo
jatos de insetos sobrevivem
das dores que rio
e
sabes o amor que há
na tosse que bate nas costelas
então sabes que a gripe não tem cura diria
a enciclopédia
sobre as ressacas
que vejo no mar
que remansa os livros que dormem
úmidos
página por página unida
sem revolta
sem devolução
mas presta por no sol
que o sol conserta
coça a ponta do nariz
aponta para a seta
e lhe dou uma bala de coco
que é meu jeito de deixar um iceberg
debaixo da língua
à espera
do sol.


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