04/08/2011

quando a hora vem


 para as asas que sobram na moldura

quando isso invade
não há recuo
de mar que deite sobre o peito
sua hora de ressaca

quando isso invade
vem por terra
cheio de vésperas nas mãos
para os frutos demorarem um tempo de árvore

quando isso invade
deixa nacos de asas nas paredes
tanto que não resisto
e mais existo na fome

quando chegas traz o seio
para as colheitas
quando partes deixa folhas
cobrindo a estrada






2 comentários:

Anônimo disse...

Sonhei contigo esta noite e acordei com a certeza de que tinhas postado algo aqui no blog. Um sopro salgado para ti. - De alguém que viu o homem do sapato bicolor.

Gabriel Santos de Araújo disse...

Esse poema é para quem deixou ontem cartões-postais dentro do meu cheiro. Vieram cheios da viagem que encontrei lá. Estão aqui, na mesa. "Sempre tão longe, tão perto". O endereço é aquele que cheguei aos perdidos, do quarto que gritou, da mulher que fez vinho no início de a-gosto.