Ao som de Interpol
Para C. do anoitecer
essa paixão doida dos que vão embora,
levam pedaços de carne,
roubam do amor picareta numa cama solitária
e que nunca mais vou encontrar
porque tua sede é tua estrada
e a minha é outra estrada...
apenas quero virar teus seios para dentro da minha boca...
ver teu grito morrer enquanto a noite é só mais uma noite...
essa paixão perdida numa quina de roupa,
dentro dos coturnos que vazam lágrimas
quando o gozo corre entre os vagabundos que solto da língua
como um álcool que acende as vielas
das putas entre coxas máquinas
que trepidam caralhos
a espera de uma lágrima solta na pele
essa doença de viver, de trepar a loucura
de varrer os teus cabelos como voam
os pólens de uma buceta
quando as línguas levantam pelo a pelo
o delírio
essa coisa que corre nessas palavras
vagam nuas como um hotel
sem hóspedes
como uma porra presa numa parede
prestes a cair
prestes a acertar suas lágrimas numa
coxa
quero te ver ali, nesses escuros
te molhar inteira sem você ver meus olhos
sem saber que rosto tenho
basta sentir meu pau
basta correr o corpo contra mim
e quero vasculhar teus entres
teus meios, te foder contra uma triste parede,
na impressão de voltar vivo
para abrir teu cu como se abre
o vento com um sopro
enquanto meu dedo bebe tua buceta
num mapa de cama
sem rota
o suficiente para infestar teus seios
aos dentes
e matar meu corpo no teu
como uma tempestade química
que perfura
mente, corpo, impulso
e nada mais que um corpo
jogado ao lado da cama
com nossos gozos entre os dedos
para ofertarmos ao outro
como um banquete de paus e bucetas
e cheiros de sexo
que o tempo esquecerá como marcas
que o corpo “mal esconde”...
2 comentários:
Palavras ardentemente (des)cabíveis para encerrar o desejante abril. - De uma companhia de anoiteceres marítimos
São palavras para poucos. Dedicadas a poucos. Não são só marítimas. São para asas enormes que tomam o mar para si! São o mar! não acompanham, não navegam, não tentam tomar a superfície... são!
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