A ponta que está para arrebentar
toca o céu sem saber
que o alvo do pulo
é dissolver
Está vendo aquele objeto
solto no espaço?
É meu aceno que pergunta
onde a cena se arrisca
em desferir a bala no peito
Passou zunindo uma gota
rajada que deixa goteira
onde a chuva responde
estalos no infinito do assoalho
Solitário o sangue
passa de raspão e deixa a carne
no canal da mancha
Bordado de iscas sobre mar
Tubarões iluminam a superfície da música
onde meus pedaços renascerão
tripas unidas vencerão
Piratas me dão preços
aos pedaços sou tripartido
Nem venho à tona após a erupção
para dizer que sou
o próximo tiranossauro encontrado
Conheço muita coluna grega
que não verga
mas racha profundamente
Não minta pra mim
Nos alimentamos no mesmo prato
como uma forma de adeus
Nossos talheres se tocaram
além da razão da fome
Hoje desmamo a bala que levo ao peito
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