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foi quando a deixaram na rua ,
as horas não permitem retorno ,
nem dos passos que acompanham
os ponteiros
esqueceram - na no sonho ,
acordar é lembrar que há alguém
a ser acordado ,
mas ela não passou a noite
aqui ,
em nenhum outro lugar seu pensamento
foi dormir para dentro
ninguém a viu dormir ,
os lençois não esperam o peso que não enverga mais a cama
quando fechei a porta ,
ela não derrubou o muro que deixei ,
pois não está mais entre nós a chave ,
o sossego da sombra é saber
que ninguém dormirá sobre sua aba
ela foi-se ,
as mãos que ficam desprendem a dor nos lençois ,
a mesa deixa lugar de ausências
na volta dos talheres à desconversa das gavetas
Só há extremos para ela diluir - se ,
meu sono passou a rodar na cama ,
perco o caminho da volta ,
minha cabeça acorda num outro quarto
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ela volta ,
o beijo materno é o pensamento
dos poros ,
nada mais edifica que a esperança de manter a porta fechada ,
dia a dia
na urgência de sabê - la perto ,
atrás da porta todos os passos são seus
foi - se a roupa que me continuou a pele ,
não volto mais ao ventre ,
o domicílio materno veste a gravata que dilui - se eternamente no peito ,
o abrigo sossega suas asas ,
a cama dorme para sempre desarrumada ,
os botões erram os casacos do frio ,
as veias inoculam a febre por teimosia ,
não há mais pressa em temperar o calor da carne ,
o filho se foi para onde a rua dorme .
Um comentário:
lindo..
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