02/05/2010

A pele faz a palavra...

Sim, mas o canto é daquela terra que desmorona entre os dedos, enquanto as palavras eram o motivo de algum movimento a mais no corpo, mas era canto isso que o machado abre na árvore quando desgalho meu peito, Sim, mas nem todas as palavras iniciam, algumas pernam a altura e abrem a garganta para outra mergulhar, mas talvez não estavas quando a palavra do marulhar violou teus tornozelos, Sim, de repente, essa violação fosse algum remo dando as caras na poeira, Sim, mas não era isso, Também as hipotéses são afirmações, E o movimento era um convite, Não um ropiar sozinho, Tudo pode ser invadido quando a fenda do chão for os passos que caminham rostos, Sim, mas o canto é de terra feita dos corpos, Até as raízes serem o estrabo da cama, E o sono um enterro de bichos, O canto não é nada quando a terra é um lugar para apontamento do indicador, Sou do rodopiar as mãos, pois estar nas mesas alheias não é sentar na cadeira oferecida, É sim, tentar que os pés que queiram o querer façam valas no chão, E assim, nosso cair é trafegar entre fendas, Começo sempre de mãos vazias, Assim o lugar não é minha pele, Não necessito dele para convites, Atracar rebeliões é nadar o mar inteiro, E o mar não é carta esquecida, É isso de querer, É estar ali, e nem fechar os olhos é sinal de lugar lembrado, Essas cartas não sonham, O viver é subir a raiz pelos olhos, Sabe os olhos? Eles não guardam noites, Ou eles dançam ou não, E assim te deixam só, Cantar não é do ver, nem do sopro, Mas acordar as hordas do corpo, E não querer cercas, Sim, a pele não demora a dizer, E o resto todo nem nunca viu o mar,Talvez então cante para o mar, Talvez o mar cantado solte ondas quando corpo derrubar terras para debaixo do sapato, O caminho existe quando pisado, É soltar nas solas a própria pele para caminhar... É soltar a própria pele quando banhar for marcar a roupa pelos rostos que pousam entre pelos...

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Santos de Araújo disse...

às vezes pele e palavra não se tocam.