O movimento é uma centopeia que move a pedra de tanto que respira a terra. Desmorona as estradas que havíamos feito com a água que sempre fica nas bordas da mão quando teu cheiro transpira umidade.
Ela dançava algo comigo quando ficávamos a sós. Era a maneira que ela tinha de fazer umbigo nos poros que suavam nossos ventres. Eu ouvia um “vem” e quando terminava de ouvir sentia meus lábios também soltando esse “vem” e já não sabia se era eu que havia deitado a língua no mar ou se era ela que velejava palavras emborcadas no copo que bebíamos ao entardecer.
Um comentário:
Teus poemas continuam com a mesma força admirável cara!
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