14/10/2008

Distrações

I
Hábito do chão: adocicar as raízes fundas,
Dispor insetos na fundura, elaborar o mínimo por distração.

(quem diz que linear é linear nunca fez um círculo espinhoso)

Hábito do céu: pousar altura na frota de aviões.

II

O assovio no tráfego da luta
entre a pandorga e a mão. Ar suado de invento.
A pandorga retorna sempre quebrada.
Admiro o pássaro em sua esguelha,
Vê a pedra esfarelar.

III

Rebenta o olho quando a altura se desprende.

IV

de tanto andar em círculo ele degola.

3 comentários:

Daniel Retamoso Palma disse...

é preciso ter avidez de estrela
para saber habitar o chão

sensibilíssima des-coberta
do cão-lírico com hábito mal dito

a boca mal dita o hálito
do que excogito

Mab disse...

Gabriel, apenas uma olhada bem superficial, aquelas de quem não tem muito tempo, foi a minha agora... mas já pude perceber o sentimento que ronda os teus ecritos... continues sempre...
Voltarei mais vezes!

Unknown disse...

Um dos meus favoritos, sem dúvida.
Tentou andar em linha reta? Também dá tontura, mas de um jeitinho diferente.