Notícias de Paris
Tem vezes que eu gostaria de sentar e escrever o texto mais belo possível, de estatelar a pele nesse ovo-papel... É assim que gostaria que fosse agora... Olho para os lados e nenhum trem me inaugura os trilhos... Acho que não será hoje... O que farei com as cartas, as fotos, as rosas, o filho que não é meu? Possivelmente não lerás isso, nem ninguém. Tem deserto inclusive nos olhos. Postar isso num blog, algo tão cifrado, tão sem nomes, mas era isso, sem nomes... Há! Mas que bela desculpa para escrever eu arrumei, uma pequena tragédia de formiga na minha orelha do meio. Lembro a rosa no aeroporto, Sim, Sem nomes, Hoje o nome vem do seu ventre, E isso não é nada, É só um vento norte que veio morrer no Sul. Bem, mas pretendo postar isso... De repente, eu acredite que as coisas cifradas ainda servem... Sabe de uma coisa...
Nunca escreverei um livro, não publico a mentira dos outros. Sou mais a Lucienne Samôr, nunca esteve em Paris. A HH esteve. Ambas não tiveram filhos. A lógica não vale, você não conhece a Samôr, e eu e ela sabemos o que é não ir a Paris.
Sabe o que é...
Não sei lidar com o nunca mais. Isso, você jogou o nunca mais na varanda dos convidados. Assim, como a Juliette Binoche em Perdas e Danos, como a Maggie Cheung em Amor à flor da pele. E depois não eram mais o que foram. Às vezes, é preciso rever essa mulher que não é mais. Hum, que escrita triste... Precisei até referendar filmes... E que filmes... É nessa hora que gostaria de ter uma lista de filmes B na ponta da língua. Até “ponta da língua” escrevo hoje, pois alguém aí deve saber, todo aquele que escreve seus e suas preces deve ter uma bela lista de exclusões... O ato de escrever é o ato de suprimir palavras, vou pensar isso quanto aos nomes.
Você que chegou até aqui... Bem, o nome desse blog é À deriva... mas não foi por isso que você veio, talvez pelo fato dos amigos saberem como cumprimenta-lo, já que escrever pode ser um ato de extravasamento... Bem, mas À deriva já era, já se tornou até amuleto de dicionário de turista que moda sua paris nas coxilhas desse interior... Mas saiba que não encontrarás Jeanne Moreau, Monica Vitti, Fanny Ardant num cavalo rosso pelo São Francisco de Assis, por Rio Grande, pela Boca do Monte...
E pensar no teu sem nomes... E agora tem três nomes hein... Buenas, mas sou eu que escrevo isso... Isso diz alguma coisa... O triste é que nem uma narrativa sai disso, Nessas alturas perdi o meu leitor pra Fanny Ardant... Também pudera.
Há! Até agora nada, nem uma palavra que preste. Nem isso. Poderia estar escrevendo meu melhor texto.
Notícias de Paris não dão bons textos!
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