25/04/2010

Anotações para a luz que ia

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A voz viola as notas da Senhora D. A Hilda Hilst nesse palco cabe num abajur a luz que disfarço.
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E tudo veio numa voz defronte às cópias. A altura me dobrou o nome perguntado. Há aqui um enigma, não acostumado pelo autor.
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Nome, máscaras, direções, luzes - nada disso procurei. Pouco importa o "és algo".
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Soube das partidas no fim da noite.
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És alongada no corpo num tamanho que eu costumava a ter quando nas árvores do Francisco de Assis eu tomava copos de vento.
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Não é de costume essa tagarelice.
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A esquina virou meus remos. Vi o olhar que você luziu em passagem, talvez tenha visto que a acompanhei quando meus olhos e ouvidos, par a par, revolveram esquinas desse desconhecido que dentro tenho o impulso de ver. Talvez a bandeira luza vestir as pernas que vi sem saber que era um nome.
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Mas existe algo. Tolices de repente.
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Entre cachaças estavas na esquina.
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O cume estava na altura dos cabelos. Haviam partidas morenas que as estações revelam.
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Pouco houve o saber do palco no homem que a olhava.
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Tentei teus anagramas como evocação.
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Roçar a lâmpada como limas nuas.
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O espírito foi lilás numa noite.
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Talvez HH seja a figueira dos meus pedidos.
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Porquenão? (assim mesmo)
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A vontade não é palavrar.
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É olhar.
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A borboleta queima a perna.
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A luz ia.
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Olhá-la luz.
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Talvez o autor do blog tenha deixado as vogais para depois. Aqui não é de costume vogar sozinho. Mas o autor acha que quer luz. O que sabe ele de luzir? Acha que os olhos da luz lhe copiam. Até parece que não sabe mais que as narinas são breves com o ar. O autor acha que é sua a autoria. Entrar no avião, como entrar na caixa preta, e saltar. Faça isso! Perca o rumo na parede da caixa. A caixa é preta e talvez seja bem provável que não encontrarás luz. Eu sei, obrigado pelo aviso. Mas o delírio não escolhe a vez. Escrevi simples. É bem simples.
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Mais um pouco que não terminei. Afinal estavas ali. Era sábado vertendo domingo.
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Ah! Parada. Vi.
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Deveria ter.
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Passei bandos de passos que não andavam.
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Lancei olhos entre os que subiam. Vi teu rosto vendo para baixo. A embarcação saiu cidade a fora.
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O autor está em cima de uma alguma árvore em São Francisco de Assis. Só pode ser. Na Travessa Garibaldi, 277.
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