Armar a casa
Empolgando a sombra da mobília
A ser tão móvel quanto o corpo
No penhasco da sala.
O móvel assustado pelos objetos empilhados:
O lustre amigável na colméia da flor.
O sol repensando a circunstância
De amalgamar a casa.
A casa ajustada: o acervo da altura
Esquecido em carvão.
O teto beirando o chão,
O varal no lugar do caibro.
A mulher firmando as solas no zinco
Arando a roupa que divisa o corpo de outro.
A casa exemplar: os farelos da faca
Insinuando os encargos do festejo.
Homem quebrando a telha: móvel que rebenta a altura.
O privado da lembrança empena
A madeira.
O homem e a mulher desapropriam
Sombras.
A pertença é a circunscrição dos corpos.
A casa
Livra o homem
Da casa.
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